sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Você acredita na Mão Divina?

Aconteceu ontem (27/10) em Florianópolis: uma moça de 25 anos, grávida de dois meses, caiu do décimo andar de um prédio enquanto limpava vidraças de um apartamento onde trabalha como doméstica e saiu ilesa, sofrendo apenas arranhões e alguns hematomas. Seu corpo atingiu a velocidade de 100 km/h enquanto caía da altura de 40 metros, mas bateu nos galhos de uma árvore, amortecendo a queda. A moça parou numa pilha de vegetação que estava num terreno ao lado do prédio e nem sequer desmaiou, ficando sentada a espera de socorro. No terreno, havia quatro cães rotweillers, que apenas olharam para ela e não esboçaram qualquer ataque. Os bombeiros chegaram, a levaram a um hospital e constatou-se que tanto ela quanto o bebê não correm nenhum perigo. O que você acha? Será que existe mesmo algo mais além do céu e da terra do que imagina nossa vã filosofia?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vai dar Corinthians


A não ser por um milagre, o título brasileiro desta temporada não escapa de Corinthians ou Vasco. Os outros possíveis candidatos (Botafogo, Flamengo e Fluminense) já estão ficando para trás na tabela e dando sinais de que o futebol que andam apresentando não será suficiente para mudar o panorama na reta final do campeonato. As chances que tinham de encostar nos líderes foram jogadas fora na última rodada. Botafogo e Fluminense perderam, e o Flamengo só empatou. Agora ficou tarde para uma recuperação.
Entre os dois candidatos ao título, o Vasco lidera com dois pontos à mais que o Corinthians (57 a 55), mas uma análise das 7 rodadas que faltam mostra que as chances do time paulista faturar o caneco são bem maiores que a do carioca. Além de ter pela frente cinco dos times que estão entre os que fazem as piores campanhas (Avaí, América-MG, Atlético-PR, Ceará e Atlético-MG), o Corinthians jogará ainda contra o Figueirense e disputará apenas um clássico regional, contra o Palmeiras, na última rodada.
Já o Vasco vai encarar uma tabela dificílima, contra São Paulo, Santos, Botafogo, Palmeiras, Avaí, Fluminense e Flamengo. Como se vê, terá que disputar todos os clássicos regionais cariocas, além de encarar rivais de peso como São Paulo, Santos e Palmeiras. É praticamente impossível que não perca pontos nesses confrontos. O Corinthians está com a faca e o queijo na mão.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vingança de Blatter penaliza cariocas

A divulgação da tabela da Copa do Mundo de 2014 expõe claramente a vingança de Joseph Blatter, reeleito presidente da Fifa em junho, ao apoio velado que Ricardo Teixeira, presidente da CBF, deu à oposição liderada pelo derrotado qatariano Mohamed Bin Hammam. A vingança penaliza o Rio de Janeiro, base da CBF de Teixeira, que só verá a seleção brasileira caso ela chegue à final da Copa. O Brasil joga a primeira fase em São Paulo (12 de junho), Fortaleza (17) e Brasília (23). Se for o primeiro do grupo, o time nacional joga as oitavas em Belo Horizonte (28), as quartas em Fortaleza (4 de julho), a semifinal em Belo Horizonte (8) e só a final no Maracanã (13). No caso de ficar em segundo no seu grupo, a trajetória do Brasil será Fortaleza, Salvador, São Paulo e Rio. Se acaso for disputar o terceiro lugar, jogará em Brasília.
A guerra entre Blatter e Teixeira começou nos anos 90, quando a BBC de Londres denunciou que a empresa ISL (International Sport and Leisure), cujos donos eram Teixeira e seu sogro João Havelange, ex-presidente da Fifa, pagou altas propinas a dirigentes da Fifa para garantir os direitos de transmissão e anúncios das Copas daquela década. Daí em diante, a amizade entre os dois azedou e eles travaram uma longa guerra fria nos bastidores. Que culminou com a vingança de Blatter e a penalização aos cariocas, que tanto amam o futebol e a seleção.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Datena presta um grande serviço


Muita gente critica José Luís Datena e seu Brasil Urgente pelo estilo veemente do apresentador e pelo conteúdo pesado do seu programa da Band. Mas a verdade é que ele presta um grande serviço à sociedade, impedindo que a violência crescente que reina no país anestesie as pessoas irremediavelmente. Datena mantém viva a necessária indignação que devemos ter com os crimes e a corrupção que nos agridem diariamente, evitando que a indiferença se torne um comportamento natural e fechemos os olhos de vez para a selvageria que nos cerca. A grande maioria já age assim e vive cuidando apenas do próprio umbigo. Datena repudia a incompetência dos políticos, reclama da modernização de nossas leis, denuncia desmandos, mostra a cara de bandidos procurados, estimula a denúncia anônima, enaltece o pouco reconhecido e pouco valorizado trabalho da polícia, esbraveja e grita forte contra o circo de horrores que nos cerca. Sem ele e seu programa, tudo isso passaria em branco. Teríamos apenas a superficialidade irritante da Globo, que ameniza tudo e não se engaja em nada, a manipulação dirigida da Record, que usa as desgraças alheias para arregimentar pagadores de dízimos, e a omissão do SBT, que nada investe no jornalismo. Os jornais impressos raramente tomam posição, e o resto não existe. Continuem firmes, Datena e equipe. Vocês nos prestam um grande serviço.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Felipão, o troglodita incompetente

O "técnico" Luis Felipe Scolari, do Palmeiras, mostrou mais uma vez nesta quinta-feira (13/10), no desembarque da delegação em São Paulo depois do empate com o Flamengo no Rio, sua verdadeira face troglodita. Ao ser clicado por um fotógrafo da Folha De S. Paulo, disse a ele "fotografe o meu pau" e entrou correndo no ônibus do clube. Felipão é um daqueles absurdos inexplicáveis que existem no futebol: técnico ultrapassado, truculento e mal educado, ganha 700 mil reais por mês para distribuir camisas em treinos, gritar "marca", "corre", "encurta" e outras palavras inúteis durante os jogos, culpar os outros pelos seus fracassos e desfilar sua prepotência por todo lugar em que passa. Felipão nunca foi bom técnico, nunca mostrou qualquer qualidade intelectual, e vive pendurado num título mundial que a seleção brasileira ganhou sem precisar dele para nada. Aquele time seria campeão com qualquer técnico, pois os jogadores sabiam o que faziam em campo. Só no Brasil que uma anta como Felipão pode ganhar um salário tão alto para não fazer nada, enquanto pessoas preparadas, que estudam, se formam, dirigem grandes corporações ou contribuem para o avanço da ciência, da economia, da medicina e de tantas outras áreas importantes, não recebem nem a metade do que ganha esse troglodita incompetente.

O endeusamento de Steve Jobs e a escravidão tecnológica

O exagero com que a revista VEJA trata a pessoa e o legado de Steve Jobs em sua edição de 12/10 o qualifica quase como um Deus da humanidade, ou o homem mais importante que já surgiu no planeta. É evidente e incontestável o grande valor de suas criações para o cotidiano da vida na terra, mas o endeusamento de sua figura revela o quanto o frenesi tecnológico vem transformando milhões de pessoas numa espécie de escravos do mundo digital, como se tudo que importa fazer em nossa existência é ficar em frente a uma telinha em tempo quase integral, dando cliques em mouses ou passando o dedo em interfaces deslizantes. Será que o mundo real está com os dias contados e no futuro deixará de existir? Isso seria o fim da nossa individualidade e do livre arbítrio? São perguntas que devemos nos fazer.

A frase de Steve Jobs que serve de título para a matéria de VEJA ("Quero deixar uma marca no universo") é de uma pretensão ridícula, e mostra até que ponto a megalomania o levou. VEJA acompanha o delírio, e o editor Fábio Altman diz que as criações da Apple "inventaram o século XXI". O artigo de Leander Kahney, editor de um blog de culto quase religioso a Jobs (Cult of Mac) acompanha a adoração, dizendo que "os produtos de Steve Jobs tiveram tanto impacto em nossa cultura quanto o telefone e o carro. O mundo seria um lugar mais pobre sem as invenções dele". Ora, se Graham Bell não tivesse inaugurado a ligação telefônica em 1892 ainda estaríamos nos comunicando por sinais de fumaça? Se Henry Ford não tivesse lançado o Ford T em 1908 ainda estaríamos andando em carroças? Evidente que não. Outros certamente teriam feito o que eles fizeram. E o mesmo se aplica em relação a Jobs. Ninguém é Deus.

Outro subproduto preocupante trazido pela sacralização da tecnologia é a exclusão social. Quem não vive plugado é como se não pertencesse ao mundo. Porém, na verdade, o número de pessoas que não utilizam ou sequer conhecem os recursos tecnológicos é bem maior do que aqueles que os usam, levando-se em conta que há mais de 6 bilhões de pessoas no planeta, e a grande maioria não tem dinheiro para entrar na dança dos chips. É uma questão perturbadora: será que no futuro teremos categorias diferentes de seres humanos? Os discípulos do Grande Irmão de Orwell manterão afastados e sob constante vigilância os desafortunados digitais, tratando-os como raça inferior?

Será mesmo necessário que para sermos cidadãos completos tenhamos que ter iPod, iPhone, iPad, PC, notebook, monitor no carro, Internet no telefone, Pendrive, conta no facebook e no twitter e o que mais nos induzem a possuir
a todo momento? Será que precisamos mesmo, por exemplo, de aparelhos como o recém-lançado iPhone 4S, que tem comando de voz que lhe dá ordens como "você tem uma reunião amanhã às 2 da tarde", "é hora de levantar", ou responde perguntas como "onde acho uma pizzaria"? O aparelho mal foi lançado e já tem gente esperando ansiosamente pelo próximo, o iPhone 5, que deverá incorporar uma ou outra "novidade" a mais, e fará com que milhares de pessoas passem a noite na porta de lojas, a espera do lançamento, para depois sair de lá rindo e com cara de bobos, como se fossem crianças que acabaram de ganhar um sorvete...

Os avanços e benefícios obtidos através da tecnologia na ciência, na medicina, na economia, na produção industrial, na engenharia, na agricultura, e, enfim, em todos os campos de trabalho, são insubstituíveis e fizeram a humanidade dar um salto evolutivo gigantesco nas últimas décadas. Mas incorporar tudo isso à vida pessoal em tempo integral é que é o grande perigo. Pode nos levar a ficarmos escravos das máquinas. Se elas assumirem o comando de tudo, o que não parece nada absurdo pelo ritmo em que as coisas andam, estaremos perdidos. Emoções e sentimentos desaparecerão, e os seres humanos irão se transformar em meros corpos sem alma.